Descendente de tradicional família mogiana, Básilio Batalha nasceu nesta cidade, em 27 de outubro de 1873, filho do Delegado de Polícia Joaquim Gonçalves Batalha e Paula Brasilina Batalha.
Órfão de pai logo cedo, herdou daquele do pai o amor pela vida pública e de grande destaque.
transformado em uma pessoa de espírito combativo, com a necessidade de trabalhar, ingressou no comércio local. Nas suas horas vagas que poderiam ser dedicadas ao descanso, Basílio se utilizava dos livros, adquirindo conhecimentos por conta própria, sempre com o desejo de realizar um curso superior na capital.
As condições necessárias foram conquistadas, quando conseguiu ingressar na Estrada de Fero Central do Brasil, para trabalhar na função de telegrafista.
Sempre dedicado, com igual prazer a tudo que fazia, foi a partir desta época que sua vida passou a ter dias melhores, o que possibilitou seu ingresso na Escola de Farmácia e Odontologia de São Paulo.
Após alguns anos, diplomado,instalou um pequeno consultório em sua própria residência, localizada na Rua Dr, Deodato Wertheimer. Durante três dias da semana, exercia a sua nova profissão, os restantes, o mesmo que absorvido pela dedicação a odontologia, os dedicavam a função de telegrafista.
Neste período, conheceu um rapaz residente próximo do seu consultório, e que muita afinidade lhe "transmitia por retratar-lhe as lembranças da infância daquele enino órfão. Homem de estreito relacionamento com a família Boucault, lhe ofereceu um emprego como auxiliar de dentista, lhe ensinou os primeiros movimentos com os parelhos odontológicos utilizados naquela época e o incentivou aos estudos. Seu nome: Isidoro Boucault, que, no decorrer dos anos, viria a ser uma figura de grande representatividade da história da cidade.
Em 1908. a grande amizade que envolvia as duas famílias foi interrompida. Isidoro, se transferiu para a cidade de São Paulo para iniciar seus estudos na mesma faculdade em Basílio estudara. O rapaz saiu com a referência de um homem íntegro no exercício da sua profissão e no desenvolvimento da política. Nesta época, Basílio era líder de oposição ao Governo. Figura destacada contra a pantomima eleitoral que fazia no começo do século XX. Em Mogi das Cruzes, era um dos poucos homens que defendia, com coragem e honestidade, a reformulação da política, e um dos poucos que era admirado por seus próprios adversários, por sempre respeitar as opiniões alheias, fossem elas políticas, sociais ou religiosas. Era homem com verdadeiro espírito democrático
Em 22 de maio de 1912, casou-se com Alice Rocha. Tempo depois, ainda como funcionário da Estrada de Ferro, foi transferido para a cidade de São José dos Campos. Sua carreira política, que decolava, teve que ser interrompida e, por alguns longos pares de anos, ficou distante de sua terra natal.
Fiel aos seus ideais e idéias e, igualmente, à profissão de dentista, por todas cidades por qual Basílio passou, como: Guaratinguetá,Lorena, Jacareí e Santos Dumont, Nos Estado de Minas Gerais, sempre manteve um consultório aberto, oferecendo seus serviços e aprimorando os seus conhecimentos.
Passados os anos, aposentado, retornou a Mogi das Cruzes. Na sua casa, abriu um novo consultório, passando a dedicar todos os seus dias à odontologia. Não passou muito tempo, foi, novamente, convidado para retornar a sua carreira política.
Quando deflagrou a revolução de 1930, e uma Junta Governativa foi instalada pelo novo governo para administrar o município, a sua figura relevante o levou a ser nomeado Presidente do Tiro de Guerra 120 antecessor do atual Tiro de Guerra 173. No mesmo tempo, foi nomeado membro da Comissão de Obras públicas, composta por Antonio Ferreira de Souza e Hosé Moreira Filho.
Em 1936, teve seu lançamento para concorrer às eleições para vereador pelo Partido Republicano. Na apuração, apesar do grande número de votos obtidos, não conseguiu ser eleito. A partir deste ano, contando com 63 anos, resolveu abandonar a política e os cargos públicos, dedicando-se somente aos serviços de dentista na cidade de Salesópolis, onde abriu um consultório
-"Homem cuja existência terrena se fez na constituição de atos de honestidade e de respeito ao próxima", Basília Batalha faleceu em 20 de agosto de 1942.