Historia da festa

            Herança Portuguesa, as festividades em homenagem ao  Espírito santo do Brasil ganharam um grande cunho popular. Em Mogi das Cruzes é realizada há mais de duzentos anos. Uma autêntica comemoração da cultura caipira, em um município que faz parte do complexo metropolitano, e que mantém manifestações da cultura popular guardando muitos aspectos r traços característicos do mundo rural.

                Conta-se que a origem das festividades vem durante o reinado de D. Diniz em Portugal durante grave crise, a rainha D. Isabel fez uma promessa ao Divino Espírito Santo para ajudar seus pais, promovendo ao final do período  crítico uma grande festa, que se repetiria anualmente, durante o período de Pentecostes e dedicada ao Espírito Santo, que se tornaria durante o período de festa o " Imperador".

            A festa do Divino Espírito Santo de Mogi das Cruzes acontece junto com o calendário litúrgico, configurando uma característica particular de estar inteiramente vinculada com a religião, formando um conjunto folclórico-religioso indissociável.

                 A representação popular do Espirito Santo iconograficamente é uma Pomba, conforme referencias bíblicas reveladas aos apóstolos de Cristo em sua ressurreição. É uma festa de Júbilo para a Igreja Católica onde o povo se junta para manisfestar-se através de músicas, danças, cantos e ritos. Comemorando no período de Pentecostes, celebração litúrgica que ocorre 50 dias após a Páscoa.

                A festa do Divino de Mogi das Cruzes tem um grande sentimento religioso, onde os devotos não fazem a distinção entre folclore, religião e simbologia.

                Em 1990, o historiador Jurandir Ferraz de Campos em suas pesquisas encontrou uma referência a uma festa do Divino, acontecida em Jundiaí, que parece ser o mais antigo registro de que se tem notícia. Trata-se de uma carta do capelão João de Morais Navarro, ao Exmo. Sr. Gal. Rodrigues Cezar de Menezes, então governador da Capitania de São Paulo, datada de 19 de maio de 1723, onde prestava contas de providências tomadas. Iniciava com as seguintes palavras:
 

 

“Indo ter à festa do Santíssimo Espírito Sancto a Vila de Jundiahy, etc.” (Conf. Documentos Avulsos, publicação do Arquivo do Estado).
 

            

                 Ou seja, constatou-se a existência de registros da realização de Festas do Divino no interior de São Paulo, desde o início do século XVIII. Isso, segundo Campos, reforça a conclusão de que, sendo a vila de Mogi muito mais antiga do que a de Jundiaí, a Festa do Divino já era comemorada popularmente aqui pelo menos desde o final do século XVII. É, portanto, uma das mais antigas do Brasil, com mais de duzentos anos de fé e tradição.

                A festa do Divino Mogiano inicia-se  na quinta-feira da Acensão, reunindo-se bandeiras vermelhas, botadas, com alegorias ao Divino, que carregadas pelos devotos vão à casa dos festeiros do ano e de lá saem em cortejo até a sede do "império" (devotos).

                Nós dias  que seguem, até o sábado, véspera de Pentecostes, realizam-se novenas na igreja Matriz de Sant'Anna e logo após passeata ao alvorecer com presença de violeiros, devotos com bandeiras, os festeiros, capitães de mastro e iluminação com lanternas, denominadas "alvoradas".

                No sábado  que antecede pentecostes acontece a "Entrada dos Palmitos". Os palmitos são transportados em carros de boi, acompanhados pelos devotos com bandeiras, pelos festeiros, por cavaleiros, grupos religiosos, cívicos e folclóricos como congadas e moçambiques.

No domingo de pentecostes é realizada ao final da tarde uma procissão pelas ruas da cidade conduzindo o andor com a imagem do Divino Espírito Santo. Em todas as noites barracas com comidas tipicas como afogado, o bolinho "tortinho", doces de massa como: abobara, batata doce, laranja azeda, mamão verde, cidra, sagu e arroz doce e outros quitutes são vendidos na quermesse.

                Por seu caráter peculiar de manter a data da realização da festa dentro do período de Pentecostes, de acolher manifestações folclóricas portuguesas, indíginas e africanas "alvoradas", "entrada dos palmitos", comidas tipicas associadas à festa e pela existência de mais de  200 anos de comemorações, a Festa do Divino Espírito Santo de Mogi das Cruzes constitui patrimônio preservado, relevante para a memoria, identidade e formação não só da sociedade mogiana, mas da sociedades paulistas e brasileira.

 

Fonte: COMPHAP e Festa do Divino Espírito Santo. 

 

Domingo de Pentecostes
 

            Era para os judeus uma festa de grande alegria, pois era a festa das colheitas. Ação de graças pela colheita do trigo. Vinha gente de toda a parte: judeus saudosos que voltavam a Jerusalém, trazendo também pagãos amigos e prosélitos. Eram oferecidas as primícias das colheitas no templo. Era também chamada festa das sete semanas por ser celebrada sete semanas depois da festa da páscoa, no qüinquagésimo dia. Daí o nome Pentecostes, que significa “qüinquagésimo dia”.
      

          No primeiro pentecostes, depois da morte de Jesus, cinqüenta dias depois da Páscoa, o Espírito Santo desceu sobre a comunidade cristã de Jerusalém na forma de línguas de fogo; todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas (At 2,1-4). As primícias da colheita aconteceram naquele dia, pois foram muitos os que se converteram e foram recolhidos para o Reino.
   

         Quem é o Espírito Santo? O prometido por Jesus: “…ordenou-lhes que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem a realização da promessa do Pai a qual, disse Ele, ouvistes da minha boca: João batizou com água; vós, porém, sereis batizados com o Espírito Santo dentro de poucos dias” (At 1,4-5).
Espírito que procede do Pai e do Filho: “quando vier o Paráclito, que vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da Verdade que vem do 

      

          Pai, ele dará testemunho de mim e vós também dareis testemunho…” (Jo 15 26-27). O Espírito Santo é Deus com o Pai e com o Filho. Sua presença traz consigo o Filho e o Pai. Por Ele somos filhos no Filho e estamos em comunhão com o Pai.
       

 
 

 O Dia de Pentecostes (At 2, 1-4)
    

 

    “Quando chegou o dia de Pentecostes, todos eles estavam reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um barulho como o sopro de um forte vendaval, e encheu a casa onde eles se encontravam. Apareceram então umas como línguas de fogo, que se espalharam e foram pousar sobre cada um deles. Todos ficaram repletos do Espírito Santo, e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem.”